A Galorys finalmente completou seu novo time de CS2 após semanas de negociações, e a contratação que faltava veio diretamente de uma das principais academias do cenário brasileiro. Cauã "card" Cardoso, ex-integrante do MIBR Academy, assume como o novo awper da organização, fechando o quinteto que antes competia sob a tag SELVA.

Uma mudança estratégica para a Galorys

A decisão de mover toda a lineup anterior para o banco de reservas no final de agosto marcou o início de uma reconstrução ambiciosa. A organização optou por negociar com o projeto SELVA, que vinha se destacando como uma equipe sem organização mas com potencial considerável. O único membro que permaneceu da formação original foi o treinador Cristiano "D10S" Marques, que agora assume as rédeas deste novo projeto.

O que me surpreende é como essas transições entre times sem organização e organizações estabelecidas estão se tornando cada vez mais comuns no cenário brasileiro. A SELVA demonstrou seu valor competindo independentemente, e agora ganha a estrutura e recursos da Galorys para potencializar seu desempenho.

Quem é card, o novo awper da equipe?

Cauã "card" Cardoso não é exatamente um novato no cenário. Sua trajetória pelo MIBR Academy começou em agosto de 2021, onde permaneceu até maio de 2024 antes de seguir para a W7M. Curiosamente, após ser movido para o banco de reservas em agosto, ele retornou ao MIBR Academy em outubro do mesmo ano antes de finalmente fechar com a Galorys.

Essa movimentação entre academy e time principal mostra como os jogadores jovens estão sendo cada vez mais testados em diferentes ambientes competitivos. card traz consigo a experiência de ter passado por uma das academias mais reconhecidas do Brasil, o que certamente agrega valor técnico e tático à nova formação.

Os desafios da nova formação

A estreia da nova lineup está marcada para esta quinta-feira contra a JERSA pelo CCT SA Series 3, um teste imediato para a química do time. A substituição do awper argentino Facundo "fakzwall" Guzman, que não acompanhou a transição da SELVA para a Galorys, era uma peça crucial que precisava ser preenchida com cuidado.

E não é sempre fácil integrar um novo jogador, especialmente um awper, que normalmente assume posições-chave nas estratégias da equipe. A adaptação de card ao estilo de jogo estabelecido pelos ex-SELVA será um dos fatores determinantes para o sucesso inicial desta formação.

Veja como ficou a lineup completa da Galorys:

  • Brasil | Cauã "card" Cardoso

  • Brasil | Gabriel "gbb" Pereira

  • Brasil | Gabriel "nython" Lino

  • Brasil | Moisés "tomate" Lima

  • Brasil | Lucas "destiny" Bullo

  • Cristiano "D10S" Marques (treinador)

Enquanto isso, Guilherme "flasky" Amorim, que treinava a SELVA, já se despediu da equipe através de suas redes sociais, abrindo espaço para D10S implementar sua visão de jogo. Essa transição entre comissões técnicas sempre traz mudanças significativas na identidade tática de um time.

O cenário competitivo de CS2 no Brasil continua em constante evolução, com organizações buscando constantemente o equilíbrio perfeito entre talento jovem e experiência. A aposta da Galorys em uma equipe que já vinha construindo sua trajetória de forma independente pode ser justamente o diferencial que precisavam.

O timing dessa transição é particularmente interessante quando observamos o calendário competitivo. O CCT SA Series 3 representa apenas o primeiro desafio de muitos que virão nos próximos meses. A equipe terá que encontrar sua identidade rapidamente enquanto compete contra formações já consolidadas no cenário.

E não podemos ignorar o fator psicológico dessa mudança. Cinco jogadores que estavam acostumados a competir sem as pressões de uma organização estabelecida agora carregam as expectativas da Galorys. A estrutura profissional traz benefícios óbvios, mas também introduz um novo nível de cobrança por resultados.

O papel crucial do treinador D10S

Cristiano "D10S" Marques não é apenas um sobrevivente da formação anterior - ele é peça fundamental nessa transição. Como único membro que permaneceu da Galorys original, ele serve como ponte entre a cultura da organização e a identidade que a ex-SELVA já havia construído.

Em minha experiência acompanhando transições como essas, o trabalho do treinador vai muito além das estratégias de jogo. D10S terá que gerenciar expectativas, integrar card ao sistema existente e, ao mesmo tempo, implementar elementos da filosofia da Galorys. Não é tarefa fácil, especialmente considerando que ele estava acostumado a trabalhar com um grupo completamente diferente até algumas semanas atrás.

O que me intriga é como ele balanceará o estilo agressivo que a SELVA demonstrava com possíveis ajustes estratégicos que a organização possa exigir. Será que veremos uma evolução natural do que já funcionava ou uma reformulação mais profunda?

O contexto das academias brasileiras

A contratação de card diretamente do MIBR Academy levanta questões interessantes sobre o papel dessas equipes de desenvolvimento no cenário nacional. As academias têm se tornado verdadeiros celeiros de talentos, mas também enfrentam o desafio constante de reter jogadores promissores.

O caso de card é sintomático de uma tendência maior: jogadores das academias estão sendo cada vez mais valorizados e disputados por organizações de porte médio como a Galorys. Isso cria um ecossistema mais dinâmico, onde talentos não necessariamente precisam passar para os times principais das grandes organizações para ganhar visibilidade.

Aliás, vale notar que essa movimentação beneficia todos os envolvidos. As academias comprovam sua capacidade de desenvolver jogadores de alto nível, os atletas ganham oportunidades em equipes estabelecidas e organizações como a Galorys acessam talentos com formação técnica sólida sem precisar investir em processos de scouting tão extensos.

O que você acha? Será que as academias brasileiras estão finalmente recebendo o reconhecimento que merecem como formadoras de talentos?

Desafios imediatos e expectativas realistas

A estreia contra a JERSA será mais do que um simples teste de fogo. Será o primeiro vislumbre público de como essa nova formação se comporta sob pressão. A comunicação entre os jogadores, especialmente entre card e o restante do time que já tinha química estabelecida, será algo a ser observado com atenção.

É importante lembrar que resultados imediatos nem sempre refletem o potencial real de uma nova lineup. A adaptação de um awper às dinâmicas de uma equipe pode levar semanas, até meses. As expectativas precisam ser administradas tanto pela organização quanto pela comunidade.

O que vi muitas vezes cobrando de novas formações é uma falta de paciência com o processo natural de adaptação. Uma derrota na estreia não significaria que a aposta foi errada, assim como uma vitória não garantirá sucesso a longo prazo.

O verdadeiro teste virá nas próximas semanas, quando a equipe tiver tempo de treinar consistentemente e desenvolver estratégias que aproveitem ao máximo as habilidades individuais de cada jogador. A sinergia entre nython e card, por exemplo, pode se tornar uma das duplas mais interessantes do cenário nacional, mas precisa de tempo para amadurecer.

Enquanto isso, a Galorys parece estar construindo algo além de apenas um time competitivo. Eles estão investindo em um projeto que valoriza a história prévia de seus jogadores enquanto integra essa identidade à sua própria cultura organizacional. Essa abordagem híbrida pode ser justamente o que diferencia projetos de sucesso de tentativas passageiras no cenário de esports brasileiro.

Acompanhar a evolução dessa nova formação será particularmente fascinante para quem entende que esports são tanto sobre talento individual quanto sobre a capacidade de construir algo maior que a soma das partes. A Galorys parece ter compreendido isso ao optar por absorver uma equipe com história rather que montar um time do zero.

Com informações do: Dust2