O jogador canadense Russel "Twistzz" Van Dulken, atual integrante da Liquid, utilizou suas redes sociais para destacar problemas persistentes no CS2 que, segundo ele, precisam ser urgentemente resolvidos pela Valve. As críticas do astro profissional vão desde questões técnicas até falhas no anticheat que impactam diretamente a experiência competitiva.
Problemas técnicos que afetam a jogabilidade
Twistzz foi bastante específico em suas reclamações. Ele mencionou um problema recorrente que os jogadores enfrentam desde os tempos de beta: o "movimento de estilingue" que ocorre com os companheiros de equipe quando o time está saindo do spawn. Esse bug, aparentemente simples, pode causar grandes transtornos em situações competitivas onde cada milissegundo conta.
Mas não para por aí. O canadense também alertou para um erro mais recente que surgiu após a atualização de animação. "Tem um novo erro, mas as flashes estão causando um efeito de surdez em alguns cenários, mesmo quando você não está cego", explicou Twistzz. Ele detalhou que, mesmo após evitar uma flashbang precocemente, o jogador fica surdo por 4 a 6 segundos, como se tivesse sido cegado.
O dilema do anticheat e a espera por atualizações
Twistzz não poupou críticas ao sistema anticheat do CS2, um ponto que tem sido constantemente debatido pela comunidade. Muitos jogadores profissionais e amadores alike têm expressado preocupação com a eficácia do sistema atual, especialmente em níveis mais altos de competição.
O que me preocupa é que esses problemas persistem há tanto tempo. Na esperança de correção para estes problemas, Twistzz admitiu que não consegue prever quando será a próxima atualização para o CS2. A Valve tem sido relativamente discreta com suas atualizações recentemente - a última novidade significativa foi em 18 de agosto, seguida por outras em 14 de agosto e no dia 1° do mesmo mês.
Essa irregularidade nas atualizações preocupa muitos profissionais que dependem da estabilidade do jogo para seu trabalho. Imagine dedicar horas de treino apenas para ser prejudicado por bugs que existem desde o beta?
O impacto no cenário competitivo
Enquanto aguarda as correções, Twistzz segue atuando pela Liquid. O time se prepara para enfrentar a G2 na próxima quinta-feira pela estreia da BLAST Open London, torneio que promete testar a resiliência dos jogadores diante desses problemas técnicos.
Não é a primeira vez que profissionais do CS2 se manifestam sobre questões técnicas do jogo. A comunidade tem sido vocal sobre a necessidade de melhorias, especialmente considerando que o CS2 substituiu oficialmente o CS:GO em setembro de 2022, mas ainda apresenta problemas que afetam a integridade competitiva.
O que você acha? Esses problemas técnicos estão realmente impactando a qualidade do jogo competitivo, ou são apenas detalhes que serão naturalmente resolvidos com o tempo? A Valve tem um histórico de responder ao feedback da comunidade, mas o timing dessas correções sempre foi um ponto de discussão entre os jogadores.
Vale destacar que o problema das flashes não é apenas uma questão de áudio – ele altera completamente a dinâmica das entradas e retakes. Em uma partida de alto nível, onde a comunicação por áudio é crucial, ficar surdo por até 6 segundos pode significar a perda completa de uma rodada. E o pior: isso acontece mesmo quando o jogador tecnicamente "escapou" do efeito da flashbang, o que não faz o menor sentido do ponto de vista competitivo.
Twistzz chegou a compartilhar um exemplo prático: "Você está segurando um ângulo, vê a flashbang sendo lançada, se vira corretamente para evitar o efeito de cegueira, mas mesmo assim fica completamente surdo. Como você vai ouvir os steps dos oponentes? Como vai coordenar com sua equipe? É basicamente como jogar no escuro, mas sem estar cego".
O silêncio da Valve e a frustração da comunidade
O que mais chama atenção nas declarações de Twistzz – e de outros profissionais – é o tom de frustração com a falta de comunicação da Valve. Não é sobre a demora nas correções, mas sobre a completa ausência de informações sobre quando essas correções podem chegar. A Valve tradicionalmente opera sob um véu de mistério, mas no cenário competitivo atual, onde o CS2 é a ferramenta de trabalho de milhares de jogadores, essa abordagem parece cada vez mais antiquada.
Alguns membros da comunidade especulam que a Valve pode estar trabalhando em uma atualização maior, que traria não apenas correções mas também novas features. Outros acreditam que a empresa simplesmente não prioriza o modo competitivo como deveria. Seja qual for o caso, a falta de transparência está criando um ambiente de incerteza que prejudica todo o ecossistema.
E não são apenas os profissionais que sofrem. Jogadores amadores e entusiastas do game também enfrentam diariamente esses mesmos problemas. Nas matchmakings, é comum encontrar relatos de pessoas reclamando dos bugs de movimento, do áudio inconsistente e, claro, da sensação de que o anticheat não está dando conta do recado.
Além dos bugs: a questão do anticheat
Twistzz mencionou brevemente o anticheat, mas esse talvez seja o ponto mais delicado de todos. Nos últimos meses, tornou-se cada vez mais comum ver jogadores de elite reclamando de possíveis cheaters em partidas de alto escalão. Não estou falando de smurfs ou jogadores simplesmente bons – mas de contas que apresentam comportamentos claramente suspeitos.
O problema é que o sistema de anticheat do CS2 parece depender excessivamente de relatos (reports) e análise posterior, em vez de prevenção em tempo real. Enquanto outros jogos investem em sistemas mais agressivos e intrusivos – como o Valorant, com seu Vanguard –, o CS2 continua com uma abordagem mais conservadora. A pergunta que fica é: até que ponto a privacidade do jogador justifica a integridade competitiva questionável?
Muitos profissionais, incluindo Twistzz, evitam falar abertamente sobre casos específicos de cheating por medo de represálias ou acusações infundadas. Mas nos bastidores, a conversa é unânime: algo precisa mudar. Se a Valve não agir rápido, corremos o risco de ver o competitivo de CS2 manchado por dúvidas sobre a legitimidade das partidas.
E aqui vai um ponto pessoal: já perdi a conta de quantas vezes joguei partidas onde algo simplesmente não cheirava bem. Não estou dizendo que todo jogador melhor que eu é cheater, longe disso. Mas quando você joga CS há anos, desenvolve um certo "feeling" para quando algo está fora do normal. E ultimamente, esse feeling tem sido acionado com frequência preocupante.
O impacto mental nos jogadores profissionais
Algo que muitas vezes é negligenciado nessas discussões é o aspecto mental desses problemas técnicos. Imagine dedicar 10, 12 horas por dia treinando um jogo, estudando estratégias, aperfeiçoando sua mira... apenas para ser derrotado por um bug que existe desde o beta. A frustração vai além do resultado da partida – ela mina a confiança no jogo como um todo.
Twistzz mencionou indirectamente esse ponto quando falou sobre a imprevisibilidade das atualizações. Como se preparar para torneios importantes quando você não sabe se o jogo que está praticando hoje será o mesmo de amanhã? Pior: quando você não sabe se os problemas que está enfrentando hoje serão resolvidos antes do próximo campeonato?
Essa instabilidade técnica cria um ambiente de estresse adicional para jogadores que já estão sob pressão constante. E não me surpreenderia se, nos bastidores, muitos estejam considerando seriamente suas opções de carreira caso a situação não melhore em um futuro próximo.
Afinal, por que continuar investindo tempo e energia em um jogo que parece não valorizar sua base competitiva? Essa pergunta, mais do que qualquer bug ou problema técnico, pode ser a maior ameaça ao futuro do CS2 como esporte.
Com informações do: Dust2