Novo duelista da LOUD compartilha expectativas e visão para o time

A LOUD enfrenta um momento desafiador na temporada 2025 do VALORANT. Após um início promissor com duas vitórias consecutivas, a equipe brasileira acumula sete derrotas seguidas - seu último triunfo ocorreu há quase seis meses. Em meio a essa fase de reconstrução, conversamos exclusivamente com Leandro "Virtyy" Moreno, o novo reforço da organização para a função de duelista.

Virtyy em entrevista sobre sua chegada à LOUD

Da base ao topo: a jornada de Virtyy para o VCT

Depois de anos competindo no cenário secundário (tier 2), Virtyy finalmente alcançou o palco principal do VALORANT Champions Tour. "Estou me sentido bem, feliz por finalmente estar aqui", confessou o jogador. "Foi uma longa trajetória, mas está sendo bom, sou muito grato".

Como segundo atleta da região LATAM Norte a chegar ao VCT, Virtyy não esconde a emoção de representar sua terra natal no mais alto nível: "É a realização de um sonho. Poder representar o LATAM norte... não consigo colocar em palavras. É uma região que muitas pessoas não entendem ou acompanham. Estou feliz em representar o meu povo".

Adaptação e objetivos na nova equipe

A transição da E-Xolos Lazer (dominante no LATAM Norte) para a LOUD trouxe sentimentos contraditórios: "É um sentimento bom e ruim. São pessoas que eu joguei junto por muito tempo, considero eles família". Mas o desejo de competir no tier 1 falou mais alto: "É um sonho se tornando realidade. Não posso abrir mão de nada nesse mundo".

Sobre a pressão de substituir jogadores como aspas, Virtyy foi categórico: "Pra mim, não tem pressão nenhuma. E mesmo se tivesse, a pressão é um privilégio". Ele ainda destacou a energia positiva dentro do elenco: "Cara, a energia é incrível, não poderia ser melhor".

Comunicação e metas ambiciosas

Com a entrada de Virtyy e RobbieBk, a LOUD adotará o inglês como idioma principal. "A comunicação está indo muito bem. É uma mistura de inglês e português", explicou. "Quando o Robbie morre e eu tô vivo com o resto do time, a gente muda pro português".

Seus objetivos são claros: "Só quero vencer. Não tenho outra expectativa além de vencer". E completa: "Quero levar a LOUD de volta ao topo". Sobre sua estreia contra a Leviatán em 18 de julho, mantém a postura focada: "Vou tratar todos os times com respeito, confiança e preparação".

Para os fãs, deixou uma mensagem emocionada: "Vou dar meu melhor para trazer o máximo de vitórias e levar a LOUD de volta a ser uma organização campeã, como deve ser".

Desafios e estratégias para a nova formação

Apesar do otimismo, Virtyy reconhece os obstáculos pela frente. A LOUD não apenas precisa quebrar a sequência negativa, mas também encontrar uma nova identidade com a entrada de dois jogadores estrangeiros. "Estamos testando muitas composições diferentes," revelou o duelista. "Às vezes jogamos mais agressivo, outras vezes mais tático. O importante é encontrar o que funciona para esse grupo."

Um dos pontos que chamou atenção foi a química imediata com o in-game leader da equipe. "O saadhak tem uma visão de jogo incrível," elogiou Virtyy. "Ele consegue traduzir o que quer de forma clara, mesmo quando estamos sob pressão. Isso facilita muito minha adaptação."

Rotina de preparação e diferenças regionais

A mudança para o Brasil trouxe ajustes além do jogo. "O estilo de treino aqui é mais intenso," comparou. "No México, tínhamos uma rotina pesada, mas a LOUD leva isso para outro nível. São mais horas de análise, mais scrims, mais discussões táticas."

Essa dedicação se reflete nos detalhes. Virtyy contou que a equipe mantém um diário de erros e acertos: "Depois de cada mapa, revisamos tudo - posicionamentos, decisões, até a comunicação em momentos-chave. É cansativo, mas necessário."

Expectativas para o confronto contra a Leviatán

O primeiro teste oficial será contra a Leviatán, atual líder do grupo. "Eles estão voando," admitiu Virtyy. "Mas acredito que podemos surpreender. Estudamos muito seus jogos e identificamos alguns padrões que podemos explorar."

Quando questionado sobre qual mapa gostaria de estrear, foi rápido na resposta: "Split, sem dúvida. Tenho boas lembranças desse mapa na tier 2 e acho que minha agressividade pode fazer diferença lá."

O peso da camisa e a conexão com a torcida

Vestir o uniforme da LOUD traz uma responsabilidade extra. "Todo mundo sabe o que essa organização representa no cenário," refletiu. "Os fãs são apaixonados e exigentes, mas isso me motiva. Quero corresponder a essa confiança."

Apesar da fase ruim, Virtyy garante que o apoio não diminuiu: "Recebo mensagens todos os dias de torcedores do Brasil e do México. Alguns até criaram contas novas pra me seguir e mandar apoio. Isso não tem preço."

Questionado sobre como lida com as críticas nas redes sociais, mostrou maturidade: "Leio tudo, mas filtro. Se for construtivo, levo para os treinos. Se for só hate, deixo rolar. No final, o que importa é o que acontece dentro do jogo."

Projeções para o futuro da equipe

A médio prazo, o objetivo é claro: classificação para o Masters. "Sabemos que não será fácil," ponderou. "Temos times fortes no nosso grupo, mas acredito que em 2-3 meses estaremos no nosso melhor. O potencial desse time é enorme."

Os planos incluem até uma possível mudança de função em alguns mapas. "Já conversamos sobre eu jogar de iniciador em algumas situações," revelou. "Tenho experiência nisso na tier 2 e pode ser uma carta na manga."

Enquanto isso, o foco permanece no crescimento diário. "Cada treino é uma oportunidade para melhorar algo," afirmou. "Se hoje trabalho meu posicionamento, amanhã pode ser a comunicação. O importante é nunca estagnar."

Com informações do: Game Arena