O desafio de substituir um ídolo
Aos 18 anos, o duelista brasileiro Sato está prestes a estrear nas franquias do VALORANT pelo Leviatán no VCT 2025 - Americas Stage 2. Em entrevista exclusiva ao THESPIKE Brasil, o jovem jogador abordou a pressão de "substituir" aspas, ex-jogador da organização argentina que agora defende o MIBR.
"Honestamente, não senti tanta pressão em relação a isso, de ter a sombra de um grande jogador", revelou Sato. "Achei que seria pior, mas na realidade não fez tanta diferença. Obviamente sinto pressão nesse tipo de função porque, querendo ou não, muitas pessoas gostam de ver e criticar. Mas minha maior obrigação é com o time."
O jogador foi sincero ao comparar seu nível com o de aspas: "Sei que não estou no nível do aspas ainda, mas também sei que sou um jogador completamente diferente. Não tento fazer as mesmas coisas que ele fez aqui na Leviatán, e sim contribuir com o time do meu jeito".
Desafios entre os melhores duelistas
As comparações não param no aspas. Sato entrará em uma liga repleta de duelistas talentosos. Questionado se acredita estar no mesmo nível dos rivais, o brasileiro mostrou confiança, mas reconheceu suas limitações atuais.
"Com certeza acredito que consigo [bater de frente], mas não sei se neste momento, antes do campeonato acontecer, eu esteja no mesmo nível que eles", analisou. "É uma questão de experiência. Eles estão acostumados com palco, com dias de jogo, e eu ainda não tive essa vivência. Consigo bater de frente com todos, mas agora, no momento, só o tempo dirá se estou certo ou errado."
Por que escolheu a Leviatán?
Entre propostas de times brasileiros (FURIA e LOUD, conforme revelado anteriormente pelo THESPIKE Brasil), Sato optou pela organização argentina. O motivo? O potencial que enxergou no elenco.
"Essa decisão foi baseada na força do time", explicou. "Recebi outras propostas de times brasileiros - e não que tivessem projetos fracos, longe disso. Mas decidi pela Leviatán porque, apesar dos resultados ruins no primeiro split do VCT Americas, via aquele time com muito potencial."
Sato destacou a qualidade dos companheiros: "Temos três jogadores experientes. O c0m, campeão mundial; kiNgg, que considero um dos melhores IGLs da liga; e tex, que dispensa comentários e é excelente mecanicamente".
O brasileiro revelou que, junto com okeanos, promoveu mudanças na equipe: "Decidimos fazer alterações na estrutura e filosofia do time. Mudamos bastante desde nossa chegada e estamos indo muito bem agora".
Confira a entrevista completa com Sato em vídeo no X/Twitter ou Instagram do THESPIKE Brasil.
A adaptação à nova equipe e cultura
Mudar para uma equipe argentina trouxe desafios além dos competitivos para Sato. O jogador contou como está sendo a adaptação a uma nova cultura dentro e fora do jogo: "No início foi um choque, principalmente na comunicação. Mesmo falando espanhol, existem muitas gírias e expressões diferentes que precisei aprender".
Mas o brasileiro já encontrou formas de quebrar as barreiras: "Criei o hábito de anotar todas as palavras novas que ouço nos treinos e scrims. Aos poucos, estou até ensinando um pouco de português para meus colegas".
O processo de integração vai além do idioma. Sato revelou que precisou se adaptar a um estilo de jogo diferente: "O VALORANT na América do Sul tem particularidades que não existem no Brasil. Tivemos que encontrar um equilíbrio entre o que eu trazia de experiência e o que já funcionava aqui".
Rotina de treinos e preparação
Questionado sobre sua rotina de preparação para o VCT Americas, Sato detalhou a intensidade dos treinos atuais: "Estamos com uma carga horária pesada, mas muito bem distribuída. Temos cerca de 8 horas diárias entre scrims, análise de jogos e treino individual".
O duelista destacou a importância do trabalho fora do servidor: "Passamos mais tempo analisando nossos erros do que propriamente jogando. Cada jogador tem metas específicas para melhorar aspectos técnicos e de comunicação".
Uma curiosidade revelada por Sato foi seu ritual pré-jogo: "Sempre ouço as mesmas três músnicas brasileiras antes das partidas importantes. É uma forma de manter uma conexão com minhas raízes mesmo jogando por outro país".
Expectativas para o VCT Americas
Sato evitou fazer promessas ousadas, mas deixou claro seu otimismo: "Não quero falar em títulos logo de cara, mas acredito que podemos surpreender. Estamos evoluindo mais rápido do que muitos imaginam".
O jogador analisou o cenário competitivo: "As equipes tradicionais como Sentinels e LOUD continuam fortes, mas vejo espaço para novas equipes se destacarem. O nível está mais equilibrado do que nunca".
Quando perguntado sobre quais duelistas mais admira atualmente, Sato foi rápido em responder: "Tenho estudado muito o Derke e o Demon1. A forma como eles controlam o ritmo das partidas é algo que quero incorporar ao meu jogo".
Apesar do respeito pelos adversários, o brasileiro não esconde a ambição: "Meu objetivo é estar entre os três melhores duelistas da liga até o final do ano. Sei que é um desafio enorme, mas é por isso que estou aqui".
Com informações do: THESPIKE