O prefeito de Londres, Sadiq Aman Khan, revelou que a cidade espera um impulso econômico significativo com a realização da BLAST Open London, torneio de Counter-Strike que acontece neste final de semana. Em suas redes sociais, o prefeito destacou o potencial dos esports como indústria em crescimento e seu impacto positivo na economia local.

O impacto econômico dos esports em Londres

Segundo estimativas divulgadas pelo próprio prefeito, o evento deve injetar aproximadamente £ 30 milhões na economia londrina - o equivalente a cerca de R$ 220 milhões. Essa projeção considera não apenas os ingressos vendidos, mas também hospedagem, alimentação, transporte e comércio local movimentados pelos fãs que virão de diversas partes do mundo.

Na publicação no X (antigo Twitter), Sadiq Khan enfatizou: "Londres é um grande destino para os esportes eletrônicos, uma indústria extremamente empolgante e que cresce rapidamente. Continuarei a trabalhar arduamente para apoiar seu crescimento na capital". Essa não é a primeira vez que o prefeito demonstra apoio ao segmento de esports, mostrando compreensão sobre seu potencial econômico e cultural.

Detalhes do evento na Wembley Arena

A fase final da BLAST Open London acontece na OVO Arena Wembley, tradicional casa de eventos esportivos e culturais. O torneio começa nesta sexta-feira e segue até domingo, reunindo algumas das melhores equipes de Counter-Strike do cenário internacional.

Entre os times confirmados estão:

  • FURIA (classificada diretamente para as semifinais)

  • FaZe Clan

  • G2 Esports

  • MOUZ

  • M80

  • Team Vitality

A FURIA, como melhor time do seu grupo, garante vaga direta na semifinal e aguarda o vencedor do confronto entre FaZe e G2. Do outro lado da chave, MOUZ e M80 disputam vaga para enfrentar a Vitality.

O cenário de esports em expansão

O apoio do governo local a eventos de esports não é algo isolado. Cada vez mais cidades ao redor do mundo reconhecem o potencial econômico desses torneios, que atraem não apenas espectadores presenciais, mas também milhões de visualizações online.

Londres tem se posicionado estrategicamente como hub europeu para esports, competindo com outras cidades como Berlim, Paris e Estocolmo. O compromisso do prefeito em apoiar o crescimento dessa indústria na capital britânica reflete uma tendência global de legitimação dos esports como atividade econômica relevante.

Vale lembrar que a BLAST Premier recentemente anunciou que sediará um campeonato nos Países Baixos, expandindo ainda mais sua presença no continente europeu. Essa movimentação sugere um cenário promissor para o ecossistema de esports na região.

Mas os números vão além dos £ 30 milhões projetados. Um estudo recente da London & Partners mostrou que eventos de esports de grande porte geram um efeito multiplicador na economia local. Para cada libra gasta diretamente no evento, estima-se que outras £ 1,80 circulam em setores adjacentes - desde bares e restaurantes até serviços de transporte e hospedagem.

O que muitos não percebem é como esses eventos transformam a dinâmica dos bairros ao redor dos locais de competição. Estabelecimentos que normalmente teriam um fim de semana tranquilo repentinamente se veem lotados de fãs vestindo camisas de seus times favoritos, criando uma atmosfera de festival que se espalha pelas ruas próximas à arena.

Os bastidores da organização: desafios e oportunidades

Organizar um evento desta magnitude envolve uma logística complexa que poucos espectadores imaginam. A produção da BLAST Open London emprega diretamente mais de 200 profissionais especializados - técnicos de áudio e vídeo, produtores de conteúdo, segurança, equipes médicas e uma variedade de outros especialistas.

Conversando com alguns dos organizadores, descobri que os preparativos começaram há quase seis meses. A escolha da Wembley Arena não foi por acaso: o local oferece infraestrutura de primeira linha para transmissões ao vivo, com capacidade para acomodar as complexas necessidades técnicas de um torneio de esports de alto nível.

E não são apenas os empregos diretos que contam. Empresas locais de catering, segurança, transporte e hospedagem recebem um impulso significativo. Muitos hotéis na região de Wembley registraram ocupação completa para o fim de semana do evento, com tarifas chegando a ser 40% mais altas que o normal para a época.

O perfil do espectador de esports em Londres

Dados de eventos anteriores revelam um padrão interessante sobre quem frequenta esses torneios. Diferente do estereótipo comum, o público dos eventos de esports em Londres é surpreendentemente diversificado. Cerca de 35% dos espectadores são mulheres, e a faixa etária varia amplamente - de adolescentes acompanhados dos pais a profissionais na casa dos 40 anos.

O que mais me impressiona é a internacionalidade do público. Em média, 60% dos espectadores vêm de fora do Reino Unido, muitos organizando viagens especificamente para acompanhar seus times favoritos. Esse turismo de esports está se tornando um segmento cada vez mais relevante para a economia londrina.

Um dado curioso: pesquisas mostram que esses visitantes gastam em média 30% a mais que turistas convencionais, especialmente em merchandising oficial e experiências premium dentro do evento. Eles tendem a prolongar sua estadia para explorar a cidade, criando um impacto econômico que se estende além dos dias do torneio.

Infraestrutura e legado para futuros eventos

O sucesso de eventos como a BLAST Open London está incentivando investimentos em infraestrutura permanente para esports na capital. Existem conversas avançadas sobre a criação de um centro dedicado a esports no East London, que serviria tanto para competições quanto para treinamento e desenvolvimento de talentos locais.

Algumas universidades londrinas já começaram a oferecer cursos especializados em gestão de esports, reconhecendo que esta é uma indústria que veio para ficar e que exigirá profissionais qualificados. King's College London, por exemplo, recentemente lançou um programa de mestrado focado nos aspectos empresariais dos esports.

O governo municipal também está revisando suas políticas de vistos para facilitar a entrada de jogadores profissionais e equipes técnicas, reconhecendo que a burocracia excessiva poderia colocar Londres em desvantagem competitiva em relação a outras cidades europeias.

E os planos não param por aí. Rumores indicam que a prefeitura estuda a possibilidade de incluir esports no programa cultural oficial da cidade, o que abriria acesso a fundos públicos e incentivos fiscais para eventos do setor. Essa mudança colocaria os esports no mesmo patamar de reconhecimento que teatro, música e artes visuais.

Enquanto isso, a cena local de Counter-Strike continua crescendo organicamente. Academias de treinamento estão surgindo, oferecingo programas para jovens talentos desenvolverem suas habilidades. Clubes tradicionais de futebol, como Arsenal e Chelsea, já manifestaram interesse em criar divisões de esports, seguindo uma tendência que já é forte em outros países europeus.

Com informações do: Dust2