mlhzin reflete sobre participação no Major após eliminação precoce

Matheus "mlhzin" Marçola, jogador da Fluxo, deixou o BLAST.tv Austin Major com sentimentos contraditórios. Em sua primeira participação em um torneio mundial de CS:GO, o atleta brasileiro reconheceu o valor da experiência, mas não escondeu a frustração com o desempenho da equipe, que foi eliminada sem vencer nenhuma série.

A decepção com o resultado inesperado

"Sair 0-3 era algo que não cogitávamos", admitiu mlhzin em entrevista exclusiva à Dust2 Brasil após a derrota para Chinggin Warriors. O jogador revelou que a equipe tinha expectativas completamente diferentes: "Todo mundo pensou que íamos lutar pelo 3-2, principalmente depois da Mirage. Ali tínhamos quase certeza de que ganharíamos".

O momento crucial do torneio para a Fluxo foi justamente na Mirage. Depois de vencer a Ancient para abrir a série, o time brasileiro chegou a ter vantagem de 11-8, mas não conseguiu fechar o jogo, sofrendo uma virada para 13-11. A partir daí, o desempenho da equipe despencou.

Análise técnica dos problemas enfrentados

mlhzin fez uma análise detalhada dos problemas que levaram à eliminação:

  • Falta de consistência nos mapas seguintes após a derrota na Mirage

  • Erros individuais e coletivos incomuns para o nível da equipe

  • Dificuldade em recuperar o controle emocional após contratempos

"Fomos para a Mirage, começamos bem e estávamos finalizando bem. Foi aí que tudo começou a dar errado. Veio a Nuke e acabamos jogando mal", explicou o jogador, que negou que a pressão tenha sido o fator determinante: "Pelo menos para mim esse jogo não teve pressão. Eu, particularmente, só estava jogando mal".

O lado positivo da experiência

Apesar do resultado decepcionante, mlhzin destacou o valor da experiência adquirida: "Para mim, pelo menos, foi uma experiência muito boa. Eu saí do academy há dois meses e pude vivenciar o Major sem ter jogado nenhum campeonato expressivo antes".

O jogador ainda ressaltou a importância de ter participado do maior torneio de CS:GO: "Foi uma baita experiência para mim, ver geral e jogar a maior LAN existente".

Com o término do Major, a Fluxo agora se prepara para as próximas competições, incluindo a ESL Pro League, onde já tem vaga garantida. A equipe também continuará na disputa por pontos no Valve Regional Standings (VRS), buscando se classificar para os próximos grandes eventos da temporada.

Lições aprendidas e ajustes para o futuro

Refletindo sobre o desempenho no Major, mlhzin compartilhou insights valiosos sobre o que a equipe precisa melhorar: "Aprendemos que precisamos trabalhar mais nossa resiliência mental. Quando as coisas começam a dar errado, não podemos deixar isso afetar todo o nosso jogo". O jogador destacou que a equipe já identificou pontos específicos para treinamento intensivo antes dos próximos compromissos.

Um dos aspectos que chamou atenção foi a diferença no nível de preparação entre as equipes. "Percebemos que alguns times chegaram muito mais estudados, com estratégias específicas contra nosso estilo de jogo. Isso é algo que precisamos antecipar melhor", analisou mlhzin, revelando que a Fluxo já está adaptando seus métodos de preparação.

O impacto da torcida brasileira

Mesmo com o desempenho abaixo do esperado, mlhzin não deixou de reconhecer o apoio dos fãs: "A energia da torcida brasileira foi incrível. Mesmo quando estávamos perdendo, dava para ouvir os gritos de apoio. Isso mostra o quanto o cenário brasileiro de CS:GO é apaixonado".

O jogador contou que muitos brasileiros residentes nos EUA compareceram ao evento para apoiar a equipe: "Teve gente que viajou horas só para nos ver jogar. Isso dá um gás extra, mas também coloca uma responsabilidade enorme nas nossas costas".

Preparação para a ESL Pro League

Com os olhos agora voltados para a ESL Pro League, mlhzin adiantou alguns dos ajustes que a Fluxo pretende fazer: "Vamos trabalhar mais nossa comunicação em momentos decisivos. Muitas das nossas derrotas vieram de falhas nesse aspecto básico". A equipe também planeja diversificar seu mapa pool para não ficar tão previsível.

"Temos um mês até a Pro League para corrigir esses problemas", afirmou o jogador, mostrando otimismo. "A vantagem é que agora sabemos exatamente no que precisamos melhorar. Essa experiência no Major, por mais dolorosa que tenha sido, nos deu um diagnóstico preciso".

Questionado sobre possíveis mudanças no elenco, mlhzin foi enfático: "Acredito no potencial desse grupo. Passamos por algo parecido no começo do ano e conseguimos nos recuperar. Tenho certeza que vamos mostrar outra cara na Pro League".

O crescimento pessoal de mlhzin

Para o jovem jogador de 19 anos, o Major representou um marco em sua carreira: "Dois meses atrás eu estava jogando no academy. Agora já tenho a experiência de um Major nas costas. Isso me dá muita confiança para os próximos desafios".

mlhzin revelou que já identificou aspectos específicos de seu jogo que precisam evoluir: "Preciso ser mais consistente nos duelos individuais e tomar decisões mais inteligentes em rounds econômicos. São detalhes que fazem toda a diferença nesse nível de competição".

O jogador também comentou sobre a adaptação à rotina de viagens internacionais: "A logística de jogar fora do Brasil é bem diferente. Temos que nos adaptar a fuso horário, comida diferente, hotéis... Tudo isso influencia no desempenho". Essa experiência, segundo ele, será valiosa para os próximos torneios fora do país.

Com informações do: Dust2