MIBR usa influência gamer para promover doação de sangue

O time de esports brasileiro MIBR está transformando seu símbolo de vitórias em um chamado para salvar vidas. Com a campanha "Operação GG: De Gota em Gota", a organização substituiu as três estrelas de seu logo — que representam títulos mundiais — por três corações simbolizando Amor, Solidariedade e Orgulho. A iniciativa visa mobilizar a comunidade gamer e de VALORANT para aumentar os baixos índices de doação de sangue no Brasil, onde apenas 1,8% da população doa regularmente.

Mais que uma campanha: um movimento social

O que começou como uma ação para incentivar doações de sangue ganhou camadas adicionais de significado. Os três corações também representam o apoio ao mês do Orgulho LGBTQIA+, reforçando o compromisso histórico do MIBR com inclusão e diversidade no cenário competitivo. Durante o período da campanha, os jogadores usarão uniformes com os corações bordados na gola — uma mudança visual poderosa para um time conhecido por suas cores azuis.

E por falar em cores, a organização preparou uma surpresa para os fãs mais engajados: uma edição limitadíssima da Jersey tradicional, mas agora na cor vermelha — uma clara referência ao sangue que a campanha pretende coletar. Quem doar sangue poderá concorrer a essas raridades e outros prêmios exclusivos.

Por que a comunidade gamer?

Você já parou para pensar no poder de mobilização que os esports têm entre os jovens? O MIBR parece ter entendido isso muito bem. Ao direcionar a campanha para jogadores de VALORANT e outros games, a organização aproveita sua influência sobre um público que tradicionalmente não é o foco de campanhas de doação de sangue.

  • 1,8% dos brasileiros doam sangue regularmente (OMS)

  • Comunidade gamer representa parcela significativa da população jovem

  • Cada doação pode salvar até 4 vidas

E a estratégia vai além do simbolismo. O MIBR está organizando eventos especiais com streamers e criadores de conteúdo para espalhar a mensagem. A ideia é que a doação de sangue vire um "GG" — termo usado entre gamers para reconhecer uma boa jogada.

Parcerias estratégicas ampliam alcance da campanha

O MIBR não está sozinho nessa jornada. A organização fechou parcerias com hemocentros em cinco capitais brasileiras — São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre — criando postos de coleta especiais com identidade visual gamer. Nos locais, doadores encontram decoração temática e até estações para jogar VALORANT enquanto aguardam ou se recuperam da doação.

"Transformamos o ambiente dos hemocentros parceiros em algo que fala diretamente com nosso público", explica o diretor de marketing do MIBR. "Temos paredes com grafites de personagens do jogo, estações de fotos com os jogadores em tamanho real, e até códigos para skins exclusivas para quem doar."

Engajamento além das doações

A campanha está gerando discussões importantes nas redes sociais. Criadores de conteúdo estão compartilhando suas experiências pessoais com doação de sangue, enquanto médicos e especialistas aproveitam o buzz para desmistificar o processo. Um vídeo do jogador profissional do MIBR mostrando seu primeiro ato de doação já ultrapassou 500 mil visualizações.

Mas será que apenas vídeos e posts são suficientes para mudar hábitos? O MIBR parece acreditar que não. A organização está desenvolvendo um sistema de recompensas em camadas:

  • Primeira doação: Badge digital e título especial no servidor Discord

  • Segunda doação: Acesso antecipado a conteúdos exclusivos

  • Terceira doação: Participação em sorteio de itens colecionáveis

E o mais interessante? A campanha criou um "ranking de doadores" entre os fãs, com atualizações semanais e reconhecimento público para os mais engajados. Essa gamificação da doação de sangue parece estar funcionando — apenas na primeira semana, os hemocentros parceiros relataram aumento de 30% nas doações por jovens entre 18 e 25 anos.

Desafios e aprendizados

Nem tudo foram flores na execução da campanha. Alguns fãs relataram dificuldade em conciliar os horários dos hemocentros com suas rotinas de estudo e trabalho. Em resposta, o MIBR está negociando horários estendidos e até organizando transporte gratuito em dias específicos para grupos de doadores.

Outro desafio foi a desinformação. "Muitos jovens acreditavam que tatuagens recentes ou piercings os impediam de doar", conta uma voluntária da campanha. "Tivemos que criar materiais educativos específicos para esclarecer esses mitos."

A iniciativa também levantou questões interessantes sobre responsabilidade social no mundo dos esports. Enquanto algumas organizações focam apenas em patrocínios e resultados competitivos, o MIBR parece estar traçando um novo caminho. "Esports não é só entretenimento", reflete o CEO da organização. "Temos o poder e o dever de causar impacto positivo na sociedade."

Com informações do: ValorantZone