jL abre o jogo sobre pausa na carreira e futuro na NAVI
Recém-anunciado seu afastamento temporário das competições, Justinas "jL" Lekavicius participou do mais recente episódio do HLTV Confirmed para discutir seus planos, a chegada de Drin "makazze" Shaqiri à Natus Vincere e as recentes mudanças nos elencos do cenário competitivo.
O cansaço do tier-one e a busca por novos horizontes
O lituano foi sincero ao explicar os motivos por trás da decisão de dar um tempo no competitivo. "O tier-one exige muitos sacrifícios, muitas horas", afirmou jL. "Se você realmente quer ser o melhor, ou um dos melhores, precisa dedicar umas 12 horas por dia. E se não está fazendo isso, está fazendo algo errado e não está no seu melhor."
Mas o que realmente pesou na balança foram outros aspectos da vida: "Eu só queria viver um pouco. Queria experimentar drifting, criação de conteúdo, passar tempo com minha esposa, formar uma família. Essas são as coisas principais."
Quando questionado se haveria alguma condição que o faria continuar, jL foi enfático: "Se tivéssemos vencido o Major de Austin, eu teria simplesmente me aposentado (risos). Brincadeira, foi um exagero... mas sim, poucas condições me fariam continuar."
Makazze na NAVI e as mudanças no cenário
Sobre seu substituto na NAVI, jL admitiu não conhecer muito sobre makazze: "As coisas que eu sei não são muito boas. Vi um tweet sobre ele no Twitter. Não conversei com ele, não sei muito, mas sei que ele xingou alguns aleatórios no FACEIT."
"Sei que é um bom jogador, já joguei contra ele muitas vezes e ele atira muito bem, mas fora isso não conheço muito", completou.
Questionado sobre como makazze se encaixaria no time, considerando a sobreposição de funções com ele mesmo e Mihai "iM" Ivan, jL especulou que o kosovar assumiria a maioria de suas antigas funções, deixando iM livre para se reposicionar.
Análise sobre Falcons e outras movimentações
jL também opinou sobre a contratação de Maxim "kyousuke" Lukin pela Falcons, expressando preocupações: "O choque de funções é o primeiro ponto, e não sinto que o time tenha um bom equilíbrio entre jogadores de performance e jogadores de sinergia."
"Mas talvez sejam um raro exemplo de time que não precise de sinergia para vencer torneios, talvez tenham poder de fogo suficiente apenas com seus jogadores estrelas", ponderou.
O lituano ainda deu suas opiniões sobre as recentes mudanças em G2, Spirit e FURIA, além do interesse frustrado da NAVI em David "frozen" Čerňanský.
Reflexões sobre o futuro e possíveis retornos
Embora tenha deixado claro que sua pausa é necessária, jL não descarta completamente um eventual retorno ao cenário competitivo. "Nunca diga nunca, né?", comentou com um tom mais leve. "Se daqui a um ano eu sentir aquela vontade de competir, aquele fogo, quem sabe? Mas por enquanto, preciso mesmo dessa pausa."
O jogador revelou que já vinha sentindo os efeitos do cansaço há algum tempo: "Depois do Major, foi como se algo tivesse clicado na minha cabeça. Percebi que estava jogando mais por obrigação do que por paixão, e isso não é saudável - nem para mim, nem para o time."
O impacto nas finanças e no mercado de transferências
A decisão de jL ocorre em um momento particularmente movimentado no mercado de transferências do CS2. Quando perguntado sobre como sua saída temporária afetaria a NAVI financeiramente, o lituano foi pragmático: "Acho que no final das contas foi bom para todos. Eles economizam um salário alto, eu tenho tempo para respirar, e o makazze ganha uma oportunidade no tier-one."
"Claro que existe um risco", admitiu. "Se eu decidir não voltar, eles perdem um ativo valioso sem receber nada em troca. Mas a NAVI sempre foi compreensiva com essas situações - eles sabem que jogadores são humanos, não máquinas."
Comparações com outros casos de burnout no cenário
jL traçou paralelos interessantes entre sua situação e a de outros profissionais que também precisaram dar um tempo. "Olha o caso do s1mple, por exemplo. Ele tirou uns meses e voltou ainda melhor. Às vezes você precisa se afastar para enxergar as coisas com mais clareza."
Por outro lado, ele também mencionou jogadores que se aposentaram prematuramente: "Tem gente que para e nunca mais volta, e tudo bem também. O importante é não tomar decisões precipitadas. No meu caso, estou deixando a porta aberta."
O papel das organizações no bem-estar dos jogadores
O lituano aproveitou para falar sobre como as equipes poderiam melhorar o suporte aos atletas: "As organizações precisam entender que não adianta ter o melhor time no papel se os jogadores estão esgotados. Psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas - tudo isso deveria ser padrão, não luxo."
"Na NAVI tivemos alguns avanços nessa área, mas ainda há muito a melhorar", completou. "Às vezes o jogador nem percebe que está no limite até que seja tarde demais."
O lado positivo da pausa e novos projetos
Além do drifting e da vida familiar, jL revelou que pretende explorar outras paixões durante seu tempo longe das competições. "Sempre gostei de edição de vídeo, então vou experimentar criar conteúdo para o YouTube. Também quero estudar mais sobre negócios - quem sabe não surge alguma oportunidade nessa área?"
Quando questionado se manteria contato com o cenário competitivo, ele respondeu: "Claro que vou acompanhar, principalmente a NAVI. Mas dessa vez será como fã, sem aquela pressão de ter que analisar cada detalhe para melhorar meu jogo."
Com informações do: HLTV