E-JAM 2025: um marco para os esports mineiros
A segunda edição do E-JAM, torneio de esports dos Jogos da Advocacia Mineira, provou que Minas Gerais está se consolidando como um polo importante para competições eletrônicas no Brasil. Realizado no Sesc Venda Nova em Belo Horizonte nos dias 1° e 2 de agosto, o evento reuniu cerca de 400 advogados competindo em EA FC, Counter-Strike 2 e League of Legends.
Juan Conde, gestor de projetos da Federação Mineira de Esportes Eletrônicos (Femee), destacou em entrevista exclusiva à Itatiaia: "Desde 2018 estamos trabalhando para provar que Minas tem estrutura para grandes eventos. Não somos apenas praticantes, somos uma potência no eixo".
Estrutura profissional e conexão com o Campeonato Mineiro
O E-JAM ofereceu uma experiência completa para os participantes, com qualificatórias online e finais transmitidas ao vivo em uma estrutura que incluía palco profissional, iluminação especial e aquele tradicional "clima de LAN" que todo jogador adora.
Mas o evento vai além da competição em si - serve como porta de entrada para o Campeonato Mineiro de Esportes Eletrônicos, que começa em setembro. Os campeões de cada modalidade no E-JAM garantem vaga direta nos playoffs estaduais.
Ambições para o futuro dos esports em Minas
A Femee tem planos ambiciosos: atingir todos os 854 municípios mineiros com o campeonato estadual, dividido em cinco conferências regionais. Para 2025, a expectativa é realizar dois splits por ano com expansão gradual das modalidades.
"Já prospectamos inserir mais quatro modalidades no próximo ano", revelou Juan Conde. A ideia é criar um ecossistema completo que profissionalize o cenário local, oferecendo oportunidades não só para jogadores mas também para casters, organizadores e entusiastas.
Impacto econômico e social dos esports em Minas
O crescimento do E-JAM reflete uma tendência maior no estado. Dados da Femee mostram que os esports já movimentam cerca de R$ 15 milhões anualmente em Minas Gerais, considerando apenas eventos oficiais. E não se trata apenas de números - há um claro impacto social. "Temos histórias de jovens que encontraram nos esports uma forma de inclusão social e até mesmo uma carreira", comenta Conde.
Um exemplo notável é o caso de Lucas Mendes, advogado de 28 anos que começou a competir no E-JAM 2024 e hoje faz parte da equipe organizadora. "Nunca imaginei que meu hobby poderia se transformar em algo tão significativo", relata. Histórias como essa estão se tornando cada vez mais comuns conforme o ecossistema se desenvolve.
Desafios e oportunidades no cenário mineiro
Apesar do sucesso, organizadores enfrentam obstáculos típicos de um mercado em crescimento. A logística para eventos presenciais em cidades do interior ainda é complexa, e há uma necessidade constante de patrocínios para manter a qualidade das competições. "Cada edição do E-JAM nos ensina algo novo sobre como melhorar", admite Conde.
Por outro lado, as oportunidades são abundantes. A Femee já negocia parcerias com universidades para criar programas de formação em gestão de esports, e há conversas avançadas com a Secretaria de Esportes sobre políticas públicas para o setor. "Estamos construindo pontes entre o mundo corporativo, o poder público e a comunidade gamer", explica o gestor.
O papel fundamental da torcida mineira
O que talvez mais impressione no E-JAM é o engajamento do público. Mesmo sendo um torneio voltado inicialmente para advogados, as transmissões online atingiram picos de 12 mil espectadores simultâneos - números que rivalizam com competições profissionais.
E não se trata apenas de espectadores virtuais. O evento presencial no Sesc Venda Nova teve filas de torcedores esperando para entrar no local. "A energia é incrível. Você sente que está participando de algo maior", descreve Ana Clara, estudante de direito que acompanhou as finais de League of Legends.
Com informações do: www.itatiaia.com.br