O conflito sobre os vistos
A substituição da BESTIA pela Legacy no BLAST.tv Austin Major segue sendo um assunto muito debatido na comunidade. A organização argentina não conseguiu os vistos até o prazo estabelecido pela organizadora, porém teve os mesmos aprovados nos dias seguintes.
A BLAST afirmou que, apesar dos jogadores terem conseguido os vistos, isso foi feito depois do prazo estabelecido, e assim a equipe ficará fora do mundial.
"Estamos cientes de que a decisão de substituir a BESTIA no BLAST.tv Austin Major 2025 gerou uma série de questionamentos sobre o processo de tomada de decisão. Visando a transparência, temos o maior prazer em esclarecer os fatores que levaram a esse resultado lamentável."
"No total, vimos 31 equipes e 158 jogadores garantirem com sucesso os vistos necessários, seguindo o processo de inscrição implementado para o torneio; tudo dentro dos prazos publicados."
Os prazos e regulamentos
O Major Supplemental Rulebook, da Valve, determina que a equipe pode fazer apenas uma substituição, com um reserva previamente inscrito. Com dois desfalques, a BESTIA seria obrigada a fazer duas substituições, o que violaria o regulamento.
Nos dias seguintes à exclusão, a BESTIA conseguiu os vistos dos jogadores Luciano "luchov" Herrera e Tomas "tomaszin" Corna, mas já era tarde demais segundo as regras estabelecidas.
A reação da BESTIA
Em resposta ao comunicado da BLAST, o CEO da BESTIA, Alejandro "Papo MC" Lococo, afirmou que vai entrar na justiça:
"Você sabe que está fazendo a coisa errada. Queríamos resolver isso de forma justa. Nos vemos no tribunal"
Rodrigo "pino" Marino, manager da BESTIA, disse que faltou comunicação por parte da organização e que o time começou o processo do visto de maneira errônea.
Uma das principais reclamações da BESTIA é que uma data-limite para envio de vistos definida pela BLAST não está presente em nenhum livro de regras oficial.
O impacto na cena sul-americana
A ausência da BESTIA no Major de Austin representa um duro golpe para a cena competitiva sul-americana. A equipe argentina vinha mostrando um desempenho consistente nas últimas temporadas, sendo uma das principais representantes da região em torneios internacionais. Muitos fãs argumentam que o torneio perde parte de seu apelo sem a presença de um dos times mais carismáticos do circuito.
Especialistas apontam que situações como essa podem desestimular investimentos na região. Problemas com vistos não são novidade para times sul-americanos, mas o caso da BESTIA chama atenção pela proximidade do evento e pela polêmica envolvendo os prazos.
O precedente perigoso
O que mais preocupa a comunidade é o possível precedente que essa decisão pode criar. Se organizadores começarem a estabelecer prazos internos não documentados nos regulamentos oficiais, times podem se ver em situações semelhantes no futuro.
Alguns analistas comparam o caso com situações anteriores envolvendo times russos durante períodos de tensão geopolítica, onde prazos foram flexibilizados devido a circunstâncias extraordinárias. Por que não fazer o mesmo com a BESTIA, já que os vistos foram obtidos, mesmo que com atraso?
"Quando você tem 31 times que cumpriram os requisitos e apenas um que não conseguiu, fica difícil argumentar que as regras são injustas. Mas também é verdade que a BLAST poderia ter sido mais transparente sobre esses prazos desde o início."
Os próximos passos legais
A ameaça de ação judicial por parte da BESTIA levanta questões interessantes sobre a jurisdição em esports internacionais. Qual tribunal seria competente para julgar o caso? As leis de qual país prevaleceriam? Essas são perguntas que a indústria ainda está aprendendo a responder.
Fontes próximas à organização argentina revelaram que já estão sendo preparados documentos para entrar com uma ação por danos morais e materiais. O valor da indenização seria calculado com base nos prêmios que a equipe potencialmente deixará de ganhar por não participar do Major.
Enquanto isso, a Legacy, que herdou a vaga da BESTIA, já começou seus preparativos para o torneio. A equipe brasileira terá pouco tempo para se adaptar, mas promete honrar a oportunidade. Será que conseguirão aproveitar essa chance inesperada?
A reação dos jogadores
Luciano "luchov" Herrera, um dos jogadores que finalmente conseguiu o visto, expressou sua frustração em um emocionado post no Instagram: "Treinamos meses para isso. Estávamos no nosso melhor momento. É difícil aceitar que tudo acabou por burocracias."
O caso reacendeu o debate sobre a necessidade de um sistema mais robusto para lidar com questões de vistos no cenário competitivo. Algumas sugestões que estão circulando incluem:
Criação de um departamento especializado dentro das organizadoras para auxiliar times com processos de visto
Estabelecimento de prazos mais claros e divulgados publicamente
Possibilidade de extensões em casos excepcionais, com penalidades esportivas (como perda de seeding) mas não exclusão total
Maior colaboração entre as organizadoras e embaixadas dos países sede
Enquanto a poeira não assenta, uma coisa é certa: o caso BESTIA vs BLAST vai deixar marcas profundas na forma como torneios internacionais são organizados. E você, o que acha? As regras foram aplicadas corretamente ou faltou flexibilidade por parte da organizadora?
Com informações do: Dust2