Em uma das maiores zebras do Esports World Cup de Counter-Strike, a equipe francesa 3DMAX conseguiu uma vitória impressionante contra os atuais campeões da Natus Vincere, encerrando sua defesa de título logo nas oitavas de final. A partida, disputada em formato mata-mata, testemunhou a estreia de Filip "Graviti" Brankovic como caller principal da equipe francesa - uma mudança estratégica que parece estar dando resultados imediatos.
Mudança de liderança mostra resultados imediatos
A 3DMAX chegou ao torneio com uma significativa mudança estrutural: Bryan "Maka" Canda, que acumulava as funções de AWPer e líder, passou as responsabilidades de calling para Graviti. O jogador de 21 anos, que antes focava principalmente em seu desempenho individual, assumiu o comando estratégico da equipe em sua estreia como IGL - e que estreia!
Maka, agora liberado do peso das calls, teve um desempenho notável, especialmente no mapa de Inferno, onde mostrou todo seu potencial individual. Essa redistribuição de funções dentro da equipe francesa parece ter criado um equilíbrio mais eficiente, permitindo que cada jogador focasse em suas especialidades.
Uma série de três mapas eletrizantes
A série começou no mapa escolha da 3DMAX, Ancient, onde os franceses começaram strong com 4-0 logo de cara. Mas a NAVI, mostrando por que é uma das melhores equipes do mundo, se recuperou com Drin "makazze" Shaqiri absolutely dominando - 14 kills e um Swing de +8,79% em poucas rondas. A equipe kosovar-ucraniana virou para 7-5, mas a defesa francesa no lado CT conseguiu segurar a pressão e fechar o mapa em 13-10.
No Inferno, escolha da NAVI, a história parecia ser diferente. Os defensores do título conseguiram uma vantagem confortável de 8-4 no lado T, mas então... algo clicou para a 3DMAX. Após perderem o pistol round do segundo half, a equipe francesa simplesmente deslanchou, vencendo nove rondas consecutivas com Maka absolutely unleashed. A NAVI parecia perdida, sem respostas para a agressividade calculada dos franceses.
O mapa decisivo, Nuke, revelou uma fraqueza que já havia aparecido na ESL Pro League em Cologne: o lado T da NAVI simplesmente não funcionava contra defesas bem organizadas. A 3DMAX transformou um deficit inicial de 0-3 em uma vantagem de 8-4 no primeiro half. Makazze mais uma vez tentou carregar a equipe, chegando a virar para 9-8, mas a equipe simplesmente desinflou no momento decisivo.
O momento crucial veio com o placar em 11-11. A 3DMAX chegou ao match point primeiro, e então veio a jogada que definiu a série: um 2vs4 absolutely improvável na round final que garantiu a vitória e a vaga nas quartas de final. A reação dos jogadores franceses mostrou que eles sabiam ter conquistado algo especial.
Estatísticas revelam performance individual notável
Makazze, da NAVI, foi incontestavelmente o melhor jogador da série, terminando com 58-46 K-D, +12 de diferença, 89.2 ADR e rating de 1.26 - números absolutely absurdos que normalmente garantem a vitória. Mas counter-strike é um jogo de equipe, e os franceses mostraram uma coesão tática superior.
Do lado da 3DMAX, Maka brilhou com 47-38 (+9) e 82.9 ADR, enquanto bodyy liderou em kills com 51-48. Graviti, em sua estreia como IGL, teve números modestos (0.88 de rating) mas sua liderança estratégica foi evidente na forma como a equipe se organizou nos momentos decisivos.
Os problemas da NAVI foram evidentes além de makazze: Aleksib terminou com rating negativo de 0.82 e -15 de diferença, enquanto w0nderful também ficou abaixo do esperado com 0.86. A equipe claramente dependeu excessivamente do desempenho individual de makazze, sem um plano B quando a estratégia inicial não funcionou.
Próximo desafio: The MongolZ aguarda nas quartas de final. A equipe mongol, fresh off de um segundo lugar no BLAST Bounty e vitória sobre a GamerLegion, representa outro teste difícil para a 3DMAX. A pergunta que fica é: essa vitória foi um fluke ou sinal de que a mudança de liderança realmente transformou a equipe francesa?
Análise tática: o que deu errado para a NAVI?
Olhando mais a fundo para a derrota da NAVI, fica claro que os problemas vão além de um simples dia ruim. A equipe demonstrou uma fragilidade tática preocupante, especialmente em situações de pressão. Quando a 3DMAX começou a ganhar momentum, os jogadores da NAVI pareciam perder completamente a comunicação e a coordenação.
Eu particularmente notei que a equipe estava excessivamente dependente de plays individuais, especialmente de makazze. Em várias rondas decisivas, especialmente em Nuke, faltou criatividade nas entradas e uma clara sobrecarga de informações nas calls. Aleksib, normalmente um IGL sólido, parecia sobrecarregado tentando conter a agressividade francesa.
E não foi só no lado T que os problemas apareceram. A defesa da NAVI mostrou falhas gritantes de posicionamento, especialmente contra a agressividade controlada da 3DMAX. A equipe francesa explorou repetidamente os mesmos gaps - algo que uma equipe de elite normalmente ajustaria após uma ou duas rondas.
O fenômeno Graviti: nascimento de um novo IGL?
A performance de Graviti como caller principal merece uma análise separada. Para um jogador em sua estreia na posição, a maturidade tática foi impressionante. Ele não apenas manteve a calma nos momentos mais tensos, mas demonstrou uma capacidade notável de ler o jogo da NAVI e ajustar suas estratégias em tempo real.
O que mais me chamou atenção foi como ele conseguiu maximizar o potencial individual de seus companheiros. Maka, liberado das responsabilidades de calling, jogou com uma liberdade que não víamos há tempos. E bodyy? Bem, ele simplesmente virou uma máquina de kills quando mais importava.
Mas será que isso é sustentável? A verdade é que uma estreia impressionante não garante consistência a longo prazo. Graviti agora enfrentará o desafio real: provar que esta performance não foi um evento isolado, mas sim o início de uma nova era para a 3DMAX.
O contexto maior: crise na NAVI ou evolução da cena?
Esta derrota levanta questões importantes sobre o momento atual da NAVI. Desde a saída de electroNic e Perfecto, a equipe parece lutar para encontrar uma identidade sólida. A dependência excessiva em makazze lembra os velhos tempos da Astralis com dev1ce - mas sem a estrutura tática que fazia aquela equipe funcionar.
Por outro lado, talvez devêssemos dar mais crédito à evolução geral da cena de Counter-Strike. Equipes como 3DMAX, The MongolZ e GamerLegion estão mostrando que o gap entre as "superequipes" e as "dark horses" está diminuindo rapidamente. A era onde três ou quatro equipes dominavam todos os torneios parece estar chegando ao fim.
E isso me faz pensar: será que estamos testemunhando uma mudança de paradigma no cenário competitivo? Onde a química e a estratégia superam o firepower individual? A performance da 3DMAX certamente sugere que sim.
Próximos desafios: o que esperar das quartas de final
The MongolZ representa um estilo completamente diferente de jogo. Enquanto a NAVI depende de estrutura e execução tática, os mongóis jogam com uma agressividade quase caótica que pode desestabilizar qualquer equipe. Eles recentemente demonstraram sua força no BLAST Bounty, chegando à final e mostrando que podem competir com qualquer um no mundo.
Para a 3DMAX, o desafio será adaptar sua nova estrutura contra um oponente imprevisível. Graviti terá que provar que sua leitura de jogo funciona contra estilos não convencionais. E Maka? Bem, ele precisará manter o nível absurdo que mostrou contra a NAVI.
O mais interessante é que ambas as equipes chegam a este confronto como underdogs que surpreenderam o mundo. A 3DMAX eliminando os campeões defensores, e The MongolZ construindo uma sequência impressionante de resultados. Alguém vai ter que quebrar a sequência.
E não podemos esquecer o fator psicológico. A vitória contra a NAVI certamente deu uma confiança enorme para a 3DMAX, mas também cria expectativas. Como eles lidarão com a pressão de agora serem favoritos em potencial? The MongolZ, por outro lado, chega sem nada a perder - uma posição perigosamente confortável.
O que me deixa realmente curioso é como a 3DMAX vai abordar este novo desafio. Eles tentarão impor seu jogo como fizeram contra a NAVI? Ou adaptarão sua estratégia para neutralizar o estilo único dos mongóis? A resposta para esta pergunta pode definir não apenas este confronto, mas o futuro desta nova formação francesa.
Com informações do: HLTV