Riot explica conflito entre Valorant e Battlefield 6 no PC
Se você é fã de jogos de tiro em primeira pessoa, provavelmente já ouviu falar sobre os problemas entre Valorant e Battlefield 6 no PC. A situação ganhou destaque nas redes sociais depois que jogadores relataram dificuldades em executar os dois jogos simultaneamente. Mas qual é a razão por trás desse conflito?
O problema dos anticheats em nível de kernel
Tanto Valorant quanto Battlefield 6 utilizam sistemas de anticheat que operam em nível de kernel - o Vanguard e o Javelin, respectivamente. Essas ferramentas são mais eficazes contra trapaceiros, mas também mais intrusivas, acessando camadas profundas do sistema operacional.
Phillip Koskinas, responsável pelos sistemas de proteção da Riot Games, explicou no X (antigo Twitter) que o problema ocorre porque ambos os drivers tentam proteger regiões específicas da memória usando técnicas semelhantes. "O cliente do Battlefield 6 atualmente não permite que o Valorant esteja rodando ao mesmo tempo", afirmou.
Impacto nos jogadores e soluções temporárias
Nos fóruns do Reddit, muitos usuários relataram:
Dificuldade em iniciar o Battlefield 6 com o Valorant em execução
Crashs inesperados durante o gameplay
Mensagens de erro relacionadas aos sistemas de anticheat
A solução temporária? Fechar completamente o Valorant (incluindo o cliente na bandeja do sistema) antes de jogar Battlefield 6. Embora incômodo, esse método tem se mostrado eficaz para a maioria dos jogadores.
Desafios contínuos contra trapaceiros
Curiosamente, mesmo com esses sistemas avançados de proteção, o beta do Battlefield 6 enfrentou problemas com cheaters. Nos primeiros dias, eram comuns relatos de:
Jogadores usando aimbots
Trapaças que garantiam vida infinita
Outras formas de vantagem ilegal
A Electronic Arts afirmou ter bloqueado mais de 330 mil tentativas de trapaça durante o primeiro beta. A empresa também pediu ajuda da comunidade para identificar e reportar jogadores desonestos, prometendo melhorias contínuas no sistema de anticheat.
E você, já enfrentou esses problemas? Como tem sido sua experiência com os novos sistemas de anticheat?
O debate sobre privacidade e desempenho
Essa situação reacendeu uma discussão antiga na comunidade gamer: até que ponto os anticheats em nível de kernel são justificáveis? Enquanto alguns jogadores defendem medidas rigorosas contra trapaceiros, outros expressam preocupações com:
Possíveis vulnerabilidades de segurança criadas por esses drivers
Impacto no desempenho do sistema como um todo
Questões de privacidade relacionadas ao acesso profundo ao sistema
Um desenvolvedor anônimo que trabalhou em sistemas anticheat comentou em um fórum técnico: "Quando dois drivers de kernel competem pelos mesmos recursos, você basicamente tem uma corrida armamentista dentro do seu próprio PC. Não é surpreendente que isso cause instabilidade."
Diferenças na abordagem das desenvolvedoras
Riot Games e Electronic Arts adotam filosofias distintas na implementação de seus anticheats. Enquanto o Vanguard da Riot opera continuamente desde a inicialização do sistema, o Javelin da EA foi projetado para ativar apenas durante sessões de jogo.
Essa diferença fundamental explica por que o Valorant precisa ser completamente encerrado, enquanto outros jogos podem coexistir com o Battlefield 6. Mas será que essa abordagem mais agressiva realmente resulta em menos trapaceiros? Os dados da Riot sugerem que sim, mas a um custo potencial para a experiência do usuário.
Possíveis caminhos para uma solução
Engenheiros de ambas as empresas estão cientes do problema e exploram alternativas. Entre as possibilidades discutidas pela comunidade técnica:
Padronização de APIs para anticheats em nível de kernel
Mecanismos de detecção que não requerem acesso contínuo
Sistemas baseados em machine learning que operam no espaço do usuário
Um porta-voz da EA mencionou em entrevista recente que estão "avaliando modificações no Javelin para melhorar a compatibilidade", mas não forneceu detalhes específicos ou prazos. Enquanto isso, a Riot mantém sua posição de que a segurança do jogo é prioridade máxima.
O papel das plataformas de distribuição
Steam, Epic Games Store e outras plataformas poderiam ajudar a mediar esses conflitos? Alguns especialistas sugerem que as lojas digitais deveriam estabelecer diretrizes mais claras sobre como os anticheats interagem com o sistema. Afinal, quantos jogos com drivers de kernel um PC deveria suportar simultaneamente?
O problema pode se tornar ainda mais complexo com a crescente popularidade de serviços como o Xbox Game Pass para PC, que traz jogos com diferentes sistemas de proteção para uma mesma biblioteca. Será que estamos caminhando para um futuro onde precisamos escolher entre jogar um título ou outro?
Com informações do: Adrenaline