O impacto inesperado da saída da LOUD
Em uma revelação franca e emocionante, o jogador profissional de VALORANT dgzin abriu o jogo sobre sua recente saída da LOUD e os desafios que enfrentou após ser surpreendido pela decisão da organização. Em entrevista exclusiva ao THESPIKE Brasil, o atleta compartilhou detalhes íntimos sobre o momento difícil e como isso quase o fez reconsiderar sua carreira no cenário competitivo.
"Foi um sentimento que eu não estava esperando. Eu tomei um susto quando descobri", confessou dgzin. "Fiquei muito chateado porque na hora eu não concordei com algumas coisas que foram ditas porque não faziam sentido e também não eram verdade."
O jogador expressou sua frustração ao ouvir alegações que considerava falsas vindo de pessoas que admirava. Apesar da mágoa, manteve o carinho pela organização e compreendeu a pressão por resultados imediatos que existe em uma equipe do calibre da LOUD.
Padrão preocupante nas franquias
Esta não foi a primeira vez que dgzin enfrentou uma situação assim. Sua passagem anterior pela FURIA entre 2022 e 2023 também terminou de maneira similar, com motivos que ele alega não estarem relacionados ao desempenho dentro do jogo.
"É muito frustrante porque as duas vezes que eu fui retirado foram por alguns motivos que não se referiam a jogo. São algumas coisas externas que as pessoas deduzem, que são totalmente mentiras", explicou.
Essa repetição de eventos fez com que o jogador considerasse seriamente abandonar a carreira profissional. "Depois dessa última vez da LOUD, eu tinha pensado em parar um pouco porque não é possível que eu tenha tanto azar assim", admitiu.
O que o mantém motivado? A fé inabalável em seu próprio talento. "Eu só não parei de jogar VALORANT ainda porque essas coisas que eu almejo e tenho como objetivo, um dia vão ser concluídas com meu foco, com a minha persistência."
Preocupações com a imagem nos bastidores
Um dos aspectos mais preocupantes para dgzin é como essas experiências podem estar afetando sua reputação nos bastidores do cenário brasileiro de VALORANT. Ele expressou receio sobre informações que circulam sem que ele tenha oportunidade de se defender.
"Me preocupa um pouco porque eu conheço como funciona nos bastidores. Muitas coisas que acontecem de verdade não são ditas por inúmeros motivos", compartilhou.
O jogador reconhece que duas passagens problemáticas pelas franquias podem criar resistência em possíveis futuros empregadores. "Duas passagens, uma foi desse jeito... eu sei que rola um pé atrás. Com certeza."
No entanto, tenta manter a perspectiva ensinada por sua mãe: "Se eu tenho a consciência tranquila do que eu sou, do que eu faço, do meu esforço, eu não preciso me preocupar."
O caminho à frente com a Team Solid
Atualmente na Team Solid, dgzin enxerga o LCQ Americas e o possível Ascension como sua única rota realista de retorno às franquias do VCT Americas em 2026. Sua visão sobre possibilidades diretas de contratação é cautelosa, quase pessimista.
"Sendo bem honesto e talvez eu esteja um pouco pessimista, não vou mentir, eu não penso, a não ser que seja pelo Ascension", confessou.
O jogador acredita que o cenário atual está mais focado em dar oportunidades para talentos mais jovens, e que suas duas chances nas franquias podem pesar negativamente na avaliação de organizações.
A Team Solid de dgzin e companhia vai disputar o LCQ Americas, que será realizado entre os dias 4 e 7 de setembro com outras três organizações: LOS, RED Canids e Corinthians Esports. Em jogo estarão duas vagas para o VCT Ascension Americas 2025, marcado para acontecer de 17 a 26 de outubro na cidade de São Paulo.
O peso das expectativas e a pressão por resultados
Quando se joga em uma organização como a LOUD, a cobrança é constante e implacável. Não basta ser bom – é preciso ser excepcional todos os dias. dgzin reconhece essa realidade, mas também aponta para uma certa impaciência que domina o cenário competitivo atual.
"As organizações querem resultados imediatos, quase que magicamente", reflete. "E eu entendo o investimento, o retorno que precisam ter. Mas será que estamos dando tempo suficiente para as equipes se desenvolverem?"
Essa pressão por performance instantânea cria um ambiente volátil onde mudanças radicais acontecem com frequência. E para jogadores como dgzin, que já viveram essa experiência mais de uma vez, fica a sensação de que o mercado valoriza mais a novidade do que a consistência.
O lado humano por trás do competidor
Muito se fala sobre estatísticas, desempenho em partidas e estratégias de jogo, mas pouco se discute sobre a saúde mental desses atletas. A incerteza constante, a instabilidade profissional e a exposição pública criam um peso emocional que muitos subestimam.
"Tem dias que você acorda e não sabe se vai ter onde jogar no mês que vem", compartilha dgzin. "Isso mexe com qualquer um. A gente tenta manter a postura, mostrar confiança, mas por dentro são muitas dúvidas e inseguranças."
Ele menciona que, após a saída da LOUD, precisou de um tempo para processar emocionalmente o que havia acontecido. "Não foi só sobre perder um emprego – foi sobre questionar minha identidade como jogador, minha reputação, meu futuro."
E essa jornada solitária é compartilhada por muitos outros profissionais do cenário que, por medo de parecerem fracos, evitam falar abertamente sobre suas lutas internas.
O caminho da resiliência e novas oportunidades
Apesar dos obstáculos, dgzin encontrou na Team Solid não apenas uma nova casa, mas também um espaço para reconstruir sua confiança. A equipe, que compete no cenário challenger, oferece um ambiente diferente das grandes franquias – menos pressão midiática, mas não menos ambição.
"Aqui a gente constrói algo juntos, dia após dia", explica. "Não temos a estrutura de uma LOUD, mas temos vontade de provar nosso valor. Às vezes, é nesses ambientes mais modestos que você redescobre o prazer de competir."
O LCQ Americas representa mais do que uma chance de acesso ao Ascension – simboliza uma oportunidade de reescrever sua narrativa no cenário competitivo. "Sei que muita gente duvida, que acham que minha hora já passou. Mas ainda tenho muito a mostrar."
dgzin também reflete sobre como essas experiências difíceis o transformaram não apenas como jogador, mas como pessoa. "Aprendi que sua carreira não define quem você é. Sua ética, seu caráter, sua resiliência – isso sim importa no final."
Ele espera que, ao compartilhar sua história, outros jogadores que passam por situações similares se sintam menos sozinhos. "Todo mundo fala dos sucessos, das vitórias, mas ninguém prepara você para as derrotas, para as rejeições. E são esses momentos que realmente testam se você ama isso de verdade."
Enquanto se prepara para o LCQ, dgzin mantém viva a chama da esperança – não apenas por uma vaga no Ascension, mas pela chance de provar que histórias podem ter reviravoltas inesperadas. "O cenário competitivo é imprevisível. Hoje você está fora, amanhã pode estar levantando um troféu. O importante é continuar acreditando."
Com informações do: THESPIKE