A Leviatán está construindo o que pode ser sua formação mais brasileira na história do VALORANT. Depois de confirmar a chegada do experiente spikeziN, a organização agora prepara a promoção de dois jovens talentos da sua equipe academy para compor o núcleo principal a partir de 2026.
Os novos talentos que ascendem à equipe principal
Segundo apuração do THESPIKE Brasil, a Leviatán definiu a promoção do brasileiro blowz e do argentino Neon, ambos jogadores da Leviatán Academy. Embora os contratos ainda não estejam formalmente assinados - assim como o de spikeziN - os jogadores já aceitaram a proposta e fazem parte do projeto competitivo para o próximo ano.
Uma questão importante: a idade mínima exigida pela Riot para competir no VCT. blowz completa 18 anos em 8 de novembro deste ano, enquanto Neon atingirá a maioridade em 28 de janeiro de 2026, permitindo que ambos estejam regularizados para a próxima temporada.
Reconstrução estratégica após temporada irregular
A movimentação da Leviatán não acontece por acaso. A organização teve uma temporada de 2025 bastante irregular, com mudanças constantes no elenco entre as etapas do VCT Americas. O melhor resultado foi um modesto 5º-6º lugar no VALORANT Champions Tour 2025 - Americas Stage 2, sem qualquer participação em torneios internacionais.
Essa reconstrução envolve liberar jogadores como C0M, tex e Okeanos para ouvir propostas de outras organizações, abrindo espaço para uma nova formação que terá como remanescentes apenas kiNgg e sato.
Uma nova identidade brasileira na Leviatán
O que mais chama atenção nessa reformulação é a mudança no perfil da equipe. Pela primeira vez, a Leviatán terá uma formação majoritariamente brasileira no VALORANT, com três jogadores do Brasil (spikeziN, blowz e sato) contra dois argentinos (kiNgg e Neon).
E não para por aí. O comando técnico também ficará com Onur, que já trabalhava na equipe academy da organização. Essa continuidade no staff técnico pode facilitar a adaptação dos jovens promovidos ao nível de competição do VCT.
Quando procurada pelo THESPIKE Brasil para se posicionar sobre as mudanças, a Leviatán optou por não comentar as especulações. Mas as peças parecem estar se encaixando para uma reformulação ambiciosa.
↪️ Provável novo elenco de VALORANT da Leviatán:
sato
spikeziN
blowz
kiNgg
Neon
Onur (Coach)
Essa aposta em jovens talentos da academy representa uma mudança interessante na filosofia da organização. Em vez de buscar jogadores estabelecidos no mercado, a Leviatán parece estar investindo no desenvolvimento interno - uma estratégia que pode trazer mais identidade e coesão ao time, mas que também carrega riscos consideráveis.
Como sempre, apenas o tempo dirá se essa aposta na base brasileira e argentina trará os resultados que a organização espera para competir no cenário cada vez mais acirrado do VCT Americas.
O desenvolvimento dos jovens talentos na academia
O que muitos não sabem é que tanto blowz quanto Neon já passaram por um processo de desenvolvimento bastante rigoroso dentro da Leviatán Academy. A equipe secundária da organização participa ativamente de torneios regionais e serve como uma espécie de laboratório para testar novas estratégias e formar jogadores dentro da filosofia de jogo da casa.
blowz, em particular, vem chamando atenção há algum tempo nos circuitos menores. Seu estilo agressivo como duelista e uma mecânica apurada fizeram com que ele se destacasse mesmo entre jogadores mais experientes. Já Neon, embora menos conhecido, mostra uma versatidade impressionante, conseguindo atuar em múltiplas posições com competência.
Mas será que essa transição da academy para o VCT será suave? A diferença de nível competitivo é abismal, e a pressão em torneios internacionais pode ser demais para jogadores tão jovens. A própria Leviatán parece consciente disso, daí a decisão de manter Onur no comando técnico - alguém que já conhece o potencial e as limitações desses garotos.
O contexto do mercado de VALORANT nas Américas
Essa movimentação da Leviatán não acontece no vácuo. O cenário competitivo das Américas está passando por uma transformação significativa, com várias organizações repensando suas estratégias de contratação. Os altos salários dos jogadores estabelecidos, combinados com resultados inconsistentes, estão forçando muitas equipes a buscar alternativas mais sustentáveis financeiramente.
Investir em jovens talentos da academy representa uma economia considerável no orçamento. Um jogador promovido internamente normalmente recebe salários menores inicialmente do que um nome consolidado no mercado. Além disso, há todo um potencial de valorização desses atletas - se performarem bem, seu valor de mercado dispara.
Outro ponto interessante: a Leviatán parece estar mirando especificamente na conexão cultural entre Brasil e Argentina. A rivalidade histórica nos esports entre esses dois países poderia ser um obstáculo, mas a organização aposta que, no ambiente certo, pode se transformar em uma vantagem competitiva. Jogadores brasileiros e argentinos têm estilos de jogo complementares, com os primeiros tendendo para uma abordagem mais agressiva e os segundos para um jogo mais tático e calculista.
No entanto, essa não é a primeira vez que uma organização tenta essa mistura. Algumas experiências anteriores não deram tão certo, principalmente por questões de comunicação e diferenças culturais. O portunhol pode funcionar para conversas casuais, mas em situações de alta pressão durante partidas, every second counts e qualquer mal-entendido pode custar rounds cruciais.
Os desafios da integração e adaptação
Integrar jogadores tão jovens a um elenco que ainda mantém experiências como kiNgg e sato será um desafio e tanto para Onur. Não se trata apenas de habilidade individual - o aspecto mental e a capacidade de lidar com a pressão são tão importantes quanto a mecânica de jogo.
spikeziN, com sua vasta experiência, terá um papel crucial nesse processo. Espera-se que ele funcione como uma espécie de mentor dentro do jogo, guiando os mais novos nas decisões mais críticas. Sua passagem por várias organizações e diferentes estilos de jogo pode ser invaluable para ajudar blowz e Neon a se adaptarem mais rapidamente.
A temporada de 2026 será, essencialmente, um projeto de longo prazo. É improvável que a Leviatán espere resultados imediatos dessa formação. O foco provavelmente estará no desenvolvimento gradual da equipe, com metas realistas para cada etapa do campeonato.
E quanto à comunicação dentro do jogo? Como funcionará a dinâmica entre brasileiros e argentinos durante as partidas? Tradicionalmente, times sul-americanos optam pelo inglês como língua franca, mas há uma tendência recente de equipes mistas usarem uma mescla de português e espanhol, dependendo da situação. Essa pode ser uma vantagem contra times norte-americanos, que não entenderão as chamadas rápidas em portunhol.
O calendário apertado do VCT Americas não dará muito tempo para adaptação. A primeira etapa do próximo ano chegará rápido, e a Leviatán precisará encontrar sua identidade de jogo em tempo recorde. Será que essa aposta na base e na mistura de nacionalidades renderá os frutos que a organização espera?
Com informações do: THESPIKE
