Um capítulo importante se encerra no cenário competitivo brasileiro de Counter-Strike. Os jogadores que compunham o banco da W7M e recentemente atuavam sob a tag DESEMPREGUEIDOS anunciaram oficialmente a rescisão de seus contratos com a organização, tornando-se agentes livres no mercado. A movimentação, divulgada pelo capitão Jhonatan "JOTA" Willian através das redes sociais, marca um novo início para os profissionais que permaneciam vinculados à W7M mesmo após a organização decidir fazer uma pausa em sua equipe de CS no final de maio.

O anúncio da rescisão e as mensagens dos envolvidos

JOTA utilizou o X (antigo Twitter) para compartilhar a notícia com a comunidade. "Hoje me despeço da W7M. Só tenho a agradecer por todo o suporte e por acreditar no projeto desde quando foi remontado pelo horvy", escreveu o capitão, demonstrando gratidão mesmo no momento da despedida. O treinador João "horvy" Horvath também se manifestou na rede social, postando: "Bora para a próxima batalha juntos", indicando que a equipe pretende permanecer unida nesta nova fase.

O que me chama atenção aqui é a forma como esses jogadores mantiveram a coesão do grupo mesmo durante o período de incerteza. Muitas vezes, quando organizações decidem fazer pausas, os jogadores acabam seguindo caminhos separados, mas não foi o que aconteceu aqui.

O caminho percorrido como DESEMPREGUEIDOS

Desde que foram colocados no banco pela W7M, os jogadores não ficaram parados. Eles continuaram competindo juntos, primeiro como ex-W7M e posteriormente adotando a tag DESEMPEMPREGUEIDOS - um nome que, embora humorístico, refletia sua situação contratual na época. A equipe participou de competições regionais, incluindo o CCT Season 3 SA Series 4, onde ficou na 9ª/16ª posição, e a ESL Challenger League S50 Cup 2, alcançando a 7ª/8ª colocação.

Essas participações demonstram que, mesmo sem o respaldo de uma organização estabelecida, o grupo manteve sua competitividade. Na minha experiência acompanhando o cenário, times que passam por situações assim muitas vezes perdem o foco, mas parece que não foi o caso aqui.

O que significa ser agente livre no cenário atual

Agora com a rescisão formalizada, todos os integrantes estão livres para negociar diretamente com outras organizações sem as amarras contratuais anteriores. Isso representa uma vantagem significativa no mercado, pois potencialmente agiliza processos de contratação e permite que os jogadores avaliem propostas com mais liberdade.

O elenco que busca novas oportunidades inclui:

  • Bruno "b4rtiN" Câmara

  • Bruno "shz" Martinelli

  • Gabriel "NEKIZ" Schenato

  • Jhonatan "JOTA" Willian

  • Lucas "bsd" Luan

Além dos jogadores, a equipe técnica também está no mercado:

  • João "horvy" Horvath (treinador)

  • Luan "l0pz" Moutella (assistente)

Vale lembrar que o cenário competitivo brasileiro vive um momento de transformação, com organizações constantemente avaliando seus elencos e estratégias. Um grupo coeso e com experiência prévia de trabalho em conjunto pode ser bastante atraente para organizações que buscam montar ou reforçar suas equipes sem passar pelo processo completo de trial de jogadores que nunca atuaram juntos.

Enquanto aguardamos os próximos passos desses profissionais, a comunidade se pergunta: qual organização terá a visão para aproveitar essa oportunidade? E será que o grupo conseguirá manter sua unidade diante das possíveis propostas individuais que possam surgir?

O impacto da saída da W7M do cenário competitivo

A decisão da W7M de fazer uma pausa no Counter-Strike não foi um movimento isolado. Ela reflete uma tendência maior que temos observado no cenário brasileiro nos últimos meses. Organizações estão reavaliando seus investimentos em times de CS, especialmente com a transição para o CS2 e as incertezas que acompanham qualquer mudança de jogo.

O que muitas pessoas não percebem é que manter um time competitivo vai muito além de pagar salários. Há custos com viagens, hospedagem, psicólogos, nutricionistas, estrutura de gaming house e todo um aparato técnico necessário para que os jogadores rendam no máximo. Quando uma organização do porte da W7M decide dar um passo atrás, isso cria um efeito cascata no mercado.

Na minha opinião, essa movimentação pode ser tanto uma ameaça quanto uma oportunidade. Por um lado, menos organizações investindo significa menos vagas disponíveis. Por outro, times que se mantêm unidos e competitivos mesmo sem patrocínio demonstram uma resiliência que pode ser extremamente valiosa para organizações que queiram entrar no cenário com um projeto já consolidado.

O valor de um core experiente no mercado atual

O que torna esse grupo particularmente interessante é que eles não são apenas jogadores individuais buscando time - são um core que já tem experiência jogando junto, com dinâmicas estabelecidas e um estilo de jogo desenvolvido. Isso tem um valor imenso no mercado atual.

Pense bem: quantas vezes vimos organizações contratando estrelas individuais que nunca jogaram juntas, apenas para descobrir que a química não funciona? Aí começam os rodízios intermináveis de jogadores, tentando encontrar a combinação certa. Esse grupo oferece uma solução pronta para esse problema.

E não são jogadores qualquer, diga-se de passagem. b4rtiN e shz têm experiência internacional, NEKIZ sempre mostrou um potencial enorme, JOTA provou ser um líder capaz de manter o grupo unido mesmo nas adversidades, e bsd vem se desenvolvendo de forma consistente. É um pacote completo que muitas organizações menores ou que estão entrando no cenário poderiam considerar seriamente.

Os possíveis destinos para o ex-time W7M

O mercado brasileiro de Counter-Strike sempre foi dinâmico, mas ultimamente tenho notado uma certa... hesitação das organizações em fazer movimentos ousados. Todos parecem esperar para ver o que os outros vão fazer primeiro. No entanto, esse grupo pode ser exatamente o catalisador que o cenário precisa.

Algumas possibilidades me vêm à mente: organizações que recentemente perderam jogadores para times internacionais poderiam ver nesse core uma oportunidade de reconstruir rapidamente. Times que estão há tempos na segunda prateleira do cenário poderiam dar um salto de qualidade absorvendo o grupo inteiro. E quem sabe até uma organização completamente nova, querendo entrar no CS brasileiro, não veja neles a base perfeita para seu projeto?

O interessante é que, conversando com algumas pessoas do cenário, percebo que há um respeito considerável pelo trabalho do horvy como coach. Sua capacidade de manter o grupo coeso e competitivo mesmo sem o suporte institucional completo não passou despercebida. Isso pode ser um diferencial importante nas negociações.

Os desafios pela frente

Claro, nem tudo são flores. Manter-se como agente livre traz liberdade, mas também incertezas. Sem o suporte financeiro de uma organização, os jogadores precisam bancar seus próprios custos de competição - viagens, inscrições em torneios, equipamentos. Isso pode ser pesado financeiramente, especialmente considerando que o cenário brasileiro não é exatamente conhecido por seus prêmios astronômicos.

Além disso, há o risco natural de que propostas individuais comecem a aparecer. É fácil falar em manter o grupo unido quando não há ofertas concretas na mesa, mas quando uma organização maior chega com uma proposta interessante para um jogador específico... bem, aí a história pode mudar. A lealdade grupal é nobre, mas o Counter-Strike é também uma carreira, e os jogadores precisam pensar em seu futuro.

Outro ponto que merece atenção: o timing. Estamos em um período de transição entre CS:GO e CS2, com muitas incertezas sobre como o meta vai se desenvolver, quais habilidades serão mais valorizadas, e como as equipes precisarão se adaptar. Isso pode fazer com que algumas organizações prefiram esperar antes de fazer investimentos significativos.

Mas talvez o maior desafio seja justamente a percepção de valor. Como convencer uma organização de que vale a pena investir em um core inteiro,而不是 em peças individuais? Como demonstrar que a sinergia do grupo compensa possíveis deficiências individuais? São perguntas que horvy e JOTA certamente estarão se fazendo enquanto preparam suas estratégias de negociação.

E você, o que acha? Será que veremos esse grupo assinar com uma organização nos próximos meses, ou será que a fragmentação do cenário brasileiro vai forçá-los a seguir caminhos separados? A resposta pode dizer muito sobre o futuro do CS competitivo no Brasil.

Com informações do: Dust2