ESL anuncia reformulação do Pro Tour com foco em novos talentos

A ESL FACEIT Group acaba de revelar mudanças significativas no ESL Pro Tour (EPT) de Dota 2 para as temporadas 2025/2026 e 2026/2027. A principal novidade é a criação da DreamLeague Division 2, uma liga especificamente desenvolvida para promover novos talentos e integrar melhor o cenário Tier-2 com os torneios de elite.

Na minha experiência acompanhando o cenário competitivo, essa pode ser uma das mudanças mais importantes dos últimos anos. Muitas vezes vemos times promissores do Tier-2 lutando para conseguir visibilidade e oportunidades contra as equipes já estabelecidas.

Detalhes da DreamLeague Division 2

A nova liga secundária terá características bem definidas:

  • Será disputada na região europeia

  • Contará com quatro torneios por temporada

  • Premiação total de US$ 200 mil

  • Vencedores poderão se classificar diretamente para eventos Tier-1 do EPT

E aqui está o ponto mais interessante: essa estrutura cria um caminho mais claro para times menores alcançarem os grandes palcos. Quantas vezes não vimos equipes promissoras desaparecerem por falta de oportunidades concretas?

Calendário dos torneios Tier-1

Para a temporada 2025/2026, a ESL já divulgou datas e formatos dos principais eventos:

  • DreamLeague S27 (10–21 dez 2025): 24 times, sistema suíço, playoffs com 8 equipes

  • DreamLeague S28 (16 fev – 1 mar 2026): 16 times, duplo round-robin, 4 nos playoffs

  • ESL One Europe (22–29 mar 2026): 16 times, round-robin, 8 nos playoffs

  • DreamLeague S29 (10–24 mai 2026): 12 times, round-robin, 8 nos playoffs

Já para 2026/2027, as datas confirmadas são:

  • 2–13 dezembro 2026

  • 18–31 janeiro 2027

  • 28 março – 4 abril 2027

  • 25 maio – 9 junho 2027

O que me chama atenção é a variedade de formatos - desde sistemas suíços até round-robins duplos. Isso deve trazer dinamismo e testar diferentes habilidades das equipes. Você prefere torneios com mais times e eliminação rápida ou formatos mais longos que permitem recuperação?

Impacto no cenário competitivo e nas equipes menores

A introdução da DreamLeague Division 2 pode realmente mudar as regras do jogo para times menos estabelecidos. Na minha opinião, isso cria um ecossistema mais saudável onde o talento tem mais chances de ser reconhecido. Lembro-me de casos como o da equipe Tundra Esports, que surgiu do nada para vencer o The International 2022 - quantos outros times com potencial similar nunca tiveram essa oportunidade?

Alguns benefícios específicos para o Tier-2:

  • Exposição constante em transmissões oficiais

  • Possibilidade real de promoção para eventos maiores

  • Estrutura de premiação que ajuda a sustentar as equipes

  • Maior atrativo para patrocinadores regionais

E não são apenas os times que ganham com isso. Os jogadores talentosos que antes ficavam presos em equipes menores agora têm um caminho mais claro para mostrar seu valor. Você consegue imaginar quantos jogadores excepcionais podem estar escondidos no cenário semi-profissional?

Reações da comunidade e dos profissionais

Desde o anúncio, várias figuras importantes do cenário de Dota 2 compartilharam suas opiniões. Johan 'N0tail' Sundstein, bicampeão do The International, tweetou que "finalmente estamos vendo um sistema que valoriza o desenvolvimento de novos talentos".

Por outro lado, alguns analistas expressaram preocupações:

  • Saturação de torneios pode cansar os jogadores

  • Risco de times do Tier-2 serem "farmados" por organizações maiores

  • Dificuldade em equilibrar participação entre regiões

Um ponto interessante levantado pelo caster brasileiro MLP foi sobre como isso pode afetar as regiões menores: "Enquanto a Europa ganha mais um torneio, outras regiões continuam lutando por visibilidade". Será que veremos adaptações desse modelo para outras regiões no futuro?

Comparação com outros esports

Quando olhamos para outros jogos competitivos como CS:GO e League of Legends, fica claro que o Dota 2 está tentando encontrar um meio-termo entre os dois modelos. O sistema de promoção/rebaixamento lembra um pouco o formato do League Championship Series (LCS), enquanto a variedade de torneios tem mais a ver com o circuito do CS:GO.

Algumas diferenças importantes:

  • Valve vs. ESL: Diferente do CS:GO, onde a ESL tem mais autonomia, no Dota 2 a Valve ainda controla os Majors e The International

  • Número de equipes: O Dota 2 mantém um número menor de participantes em eventos principais comparado ao CS:GO

  • Estabilidade para organizações: Ainda não há um sistema de franquias como no LoL

Particularmente, acho que essa abordagem híbrida pode ser vantajosa. Mantém a emoção dos torneios abertos enquanto oferece alguma segurança para times em desenvolvimento. Mas será que isso será suficiente para reter talentos diante da concorrência de outros esports?

O futuro do cenário competitivo

Com essas mudanças, é possível prever algumas tendências para os próximos anos no Dota 2 competitivo. Primeiro, provavelmente veremos uma maior profissionalização das equipes do Tier-2, que agora terão metas e calendários mais definidos.

Outro aspecto é a possível valorização de jogadores menos conhecidos. Com mais olhos voltados para a Division 2, os scouts das grandes organizações terão mais material para trabalhar. Quem sabe não estamos prestes a descobrir a próxima geração de estrelas do Dota 2?

Algumas perguntas que ainda permanecem:

  • Como será o equilíbrio competitivo entre as divisões?

  • Quais critérios serão usados para promoção entre as ligas?

  • O modelo será expandido para outras regiões além da Europa?

  • Como isso afetará o calendário já lotado de torneios?

Com informações do: gamearena.gg